O quanto de verdade existe na roupa que te veste?

Esta pergunta surgiu há duas semanas enquanto eu estudava para uma oficina de moda sobre identidade e afetividade. Dias antes, eu havia organizado meu guarda-roupa e estava muito satisfeita com as peças que ficaram, porque elas afirmam exatamente a pessoa que estou construindo. Paralelamente e de maneira bem iniciante, tenho aconselhado amigos e amigas sobre imagem e estilo, e uma das abordagens que mais amo é entender quem esses amigos e amigas são, para saber o que aconselhar. Conhecimento para gerar verdade.

Em uma manhã chuvosa de inverno, gastei um tempo considerável escolhendo uma roupa para me proteger do frio e evitar o aumento da gripe. O problema era que as roupas mais quentes estavam secando, já que haviam sido lavadas no fim de semana. Pensei em várias possibilidades e a mais agradável em todos os aspectos seria usar uma regata fina de algodão, uma blusa 3/8 fina de tricô, uma blusa xadrez de algodão e com botões, uma calça canelada acima do calcanhar, jaqueta jeans, meias cobrindo o máximo possível da canela, cachecol e tênis. Um verdadeiro pacote humano.
A princípio, a ideia não me agradou tanto. Mas enquanto vestia cada peça, sentia o corpo protegido do frio e observava o contraste das cores. Percebi um conforto necessário para amar a montoeira de roupa e sair para trabalhar, segura pela escolha. O conforto era tão grande que a pergunta voltou a martelar minha mente e eu comecei a questionar minhas roupas nos dias seguintes. Prestei atenção nos sentimentos que elas me causavam e qual era minha postura no decorrer do dia. Segurança, aumento da autoestima, confiança, espontaneidade e admiração foram algumas reações detectadas.

Entretanto, não havia percebido a grandeza até que um dos meus amigos estava me contando sobre suas roupas consideradas excêntricas por várias pessoas (e às vezes por mim). Tudo o que ele dizia se resumia a ser autêntico e a conhecer a si mesmo.

A verdade, então, não pode ser explicada de maneira mais ampla do que esta: Conheça-se para ser real, já que ser real é a única verdade que o ser humano pode sustentar.

Conheça-se para que a sua verdade seja natural.
Conheça-se para assim conduzir seu próximo na Verdade.
Conheça-se.
Construa-se.
Com sinceridade e humildade.
Construa sua autenticidade.
Seja uma verdade.
Pois a Verdade Eterna já te libertou.

Só assim, usando o conhecimento que gera a verdade, saberemos que a roupa que nos veste não dita quem somos, porque antes já sabemos quem somos e a roupa é só a afirmação disso.

By | 2020-07-15T22:52:47+00:00 Julho 15th, 2020|Artigos|0 Comments

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