Desde pequena, sempre fui uma boa aspirante a ouvinte e agora fico aqui captando cada palavra. Isso ganhou mais força quando me tornei missionária. Já escutei inúmeras histórias, sofrimentos, medos, angústias, abusos e traições. Sim, as pessoas precisam falar e existe um lugar de confiança que, de alguma forma, elas encontrar em mim.
Com o dia das mães chegando, lembrei-me de alguns desabafos de mulheres que não suportam essa data. Como o desconforto de ter sido abandonada pela mãe. Eu não consigo dimensionar o tamanho da dor e a minha única resposta diante desses desabafos é o acolhimento. Outro dia, encontrei-me com uma amiga recém-casada que é referência para mim. Estávamos rindo e, não sei por quê, caímos no assunto de ser mãe. E de repente ela me solta uma, que nunca teve desejo de ser mãe. Eu fiquei surpresa, me questionando por que daquele posicionamento. Se tem algo que temos certeza como um princípio do Cristianismo é a família.
Fiquei pensando quais seriam os medos daquela mulher. Aí me lembrei de outra amiga que sempre sonhou em ser mãe, mais não encontrou um homem. Sim, os homens que desejam ter uma companheira e são leais estão em escassez. (Mas há esperança – eu sou casada e amo a vida a dois, mesmo com os desafios.) Outra amiga, à procura de uma garantia que um dia encontrará um marido, teria tempo do mioma no seu útero não crescer mais? E assim realizar o sonho de ser mãe. Ah, eu não sei quanto a você. Confesso que, para todas essas histórias, eu não tenho respostas prontas, nem sequer palavras. Tenho apenas acolhimento e a certeza que, mesmo assim, Deus cuidará delas.
Apesar disso, a vontade daquela minha amiga de não ter filhos ecoou em mim! O desejo de tantas mulheres e a indisposição dela. Porém, a vida é feita de escolha, temos a liberdade de ter um filho. Esse ato nunca foi como escolher o melhor canal de televisão com o nosso companheiro. Especialmente hoje em dia, as minhas amigas mães solteiras já bem advertem: é mais difícil, por conta da violência, sexualidade, conteúdo que as crianças tem acesso na internet e porque muitos homens não aguentam a responsabilidades. Mas elas sempre falam que o melhor presente são suas filhas. E aqui que tudo faz sentido independente do tamanho da dor que uma mulher possa passar gerar é um transformador privilégio!
Educar e deixar um legado é acreditar que o mundo pode ser melhor. Isso é reconciliação. Cristo faz isso conosco, ele nos mostra que, independentes dos nos caminhos, ele pode restaurar. Maternidade é esperança, é não se conformar com esse mundo, independente se a mulher vai gerar um filho de sua própria barriga. Talvez o seu sonho foi naufragado por conta de alguma dificuldade. Mas, lembre-se da reconciliação. Temos orfanatos com muitas esperanças espalhados pelo mundo. Busque fazer a diferença na vida de alguém.
Texto: Joyce Muriel
Foto: Babuska
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